Você já ouviu falar em especulação financeira, paraísos fiscais, lavagem de dinheiro, financiamento de armas para guerras? Muito provavelmente sim! É desses temas reais que trata o filme Trama Internacional, lançado em 2009. Com um enredo bastante envolvente para quem aprecia filmes de ação, Trama Internacional consegue tratar de modo bastante fiel situações reais, muitas delas operadas no submundo do sistema financeiro. O filme foi baseado no escandaloso caso do Bank of Credit and Commerce International (BCCI). Nos anos 1990, após investigações, revelou-se um mega esquema operado pelo BCCI, que, segundo o jornal O Globo, envolvia lavagem de dinheiro, corrupção e, inclusive, a participação da agência de segurança internacional dos EUA (CIA) para financiamento de grupos de extrema-direita na Nicarágua. No filme um agente da Interpol, Louis Sallinger (Clive Owen), e uma promotora de justiça dos EUA, Eleanor Whitman (Naomi Watts), se empenham em levar à justiça os crimes protagonizados por um dos maiores bancos (IBCC) do mundo, mas se deparam com a própria conivência da justiça com crimes desse tipo. Embora baseado no caso do BCCI, o filme aborda questões muito atuais que se desenrolam no “submundo” do sistema financeiro internacional que está cada vez mais desregulamentado. O filme tem muitas cenas interessantíssimas, mas uma em especial chama a atenção, quando um dos personagens afirma “quem controla a dívida, controla tudo!”, enfatizando que o maior negócio do banco é o controle das dívidas geradas pelas guerras. O portal G1 divulgou que o ator do filme Clive Owen enfatizou que as grandes perguntas (“os bancos utilizam nosso dinheiro de forma inapropriada? “Podemos confiar neles?” “Estão corrompidos?”) colocadas pelo longa-metragem ganharam relevância especial depois do que a crise de 2008 provocou no mundo inteiro. Na crise de 2008, apesar da falência do Lehman Brothers no mesmo ano, e das comprovações de fraudes e corrupção, nenhum grande banqueiro foi preso ou condenado pelo que provocou. Além disso, depois de injetar dinheiro público nos bancos para salvá-los, hoje a população estadunidense e de outros países, que necessita de serviços públicos sabe exatamente o que o Estado repete todos os dias: “é impossível aumentar a oferta de serviços públicos, as contas públicas só fecham no vermelho, a dívida pública está muito elevada. Tem que cortar despesas sociais”. Obviamente que o crescimento dessa dívida nada a tem a ver com uma suposta gastança do governo com os mais necessitados, trata-se sim de uma gastança para bancar a farra dos super-ricos “invisíveis”. Referências: http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/usado-pela-cia-banco-era-paraiso-de-suborno-terrorismo-lavagem-de-dinheiro-10168848 http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL996956-9356,00-TRAMA+INTERNACIONAL+UM+FILME+CASUALMENTE+ATUAL+PELA+CRISE+FINANCEIRA.html
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SOBRE O BLOG...O movimento da Auditoria Cidadã da Dívida agora conta com este espaço, desenvolvido para dialogar com você que está em busca de novos caminhos e linguagens que descompliquem o tema da dívida pública na sua cabeça. Este blog é uma iniciativa do núcleo baiano da Auditoria Cidadã da Dívida para uma educação econômica e emancipadora da população brasileira. O núcleo identificou, após algumas atividades de formação com grupos sociais diversos, a importância de se construir um espaço para dialogar com principiantes no assunto. O propósito deste blog é tornar mais acessível esse tema que muitas vezes parece um “bicho de sete cabeças”. Se você já acessa o conteúdo informativo da página da Auditoria Cidadã da Dívida, contará a partir de agora com o blog “Descomplicando a dívida pública”, uma ferramenta que reunirá conhecimentos sobre a dívida pública a partir de outras linguagens – como aquela que é própria dos filmes/documentários –, com textos e informações compreensíveis. Construiremos coletivamente este blog trilhando os caminhos da popularização do conhecimento. Esperamos que este seja mais um instrumento de formação crítica na luta contra o sistema da dívida que também tenta se impor por meio de uma linguagem complexa, servindo exclusivamente para afastar as pessoas desse tema que é decisivo para a garantia dos nossos direitos básicos como saúde, educação e habitação. |